O estresse térmico ocorre quando o corpo humano é exposto a temperaturas extremas, sejam altas ou baixas, sendo o calor intenso o principal fator, e não consegue regular sua temperatura interna. Esse desequilíbrio pode prejudicar o funcionamento do organismo, gerando diversas reações físicas e metabólicas. Os efeitos do estresse térmico no corpo variam de desconfortos temporários a condições mais graves, dependendo da intensidade e do tempo de exposição.
"Quando o corpo é exposto ao calor excessivo, ele tenta dissipar o calor por meio da transpiração, podendo levar à desidratação, cansaço excessivo, tonturas, até a ocolapso", explica a fisioterapeuta Gabriela Silvano, da equipe técnica do Kurotel. "No caso do frio extremo, o corpo tenta conservar o calor, restringindo o fluxo sanguíneo para as extremidades e tremendo para gerar calor. Se o frio for prolongado, pode ocorrer hipotermia", completa.
Grupos de pessoas mais vulneráveis ao estresse térmico
Segundo Gabriela Silvano, o estresse térmico pode ser um grande risco especialmente para pessoas mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com condições de saúde preexistentes. Confira abaixo:
Idosos: Perdem a capacidade de regular a temperatura interna e podem ter comorbidades ou tomar medicamentos que afetam a termorregulação, além de uma percepção reduzida de sede;
Crianças e bebês: Têm menor capacidade de suar e regular a temperatura, além de uma maior proporção entre a superfície da pele e a massa corporal, o que os torna mais suscetíveis a superaquecer;
Pessoas com doenças crônicas: Condições como doenças cardíacas, pulmonares e diabetes dificultam a adaptação ao calor e aumentam o risco de complicações;
Pessoas com sobrepeso ou obesidade: O excesso de gordura dificultaa dissipação de calor e aumenta o esforço cardiovascular, tornando a regulação térmica mais difícil;
Atletas e trabalhadores em ambientes de calor extremo: Perdem muitos líquidos e eletrólitos pelo suor, aumentando o risco de desidratação e complicações térmicas.
Estresse térmico e desidratação
Gabriela Silvano explica que a desidratação agrava o estresse térmico, prejudicando a regulação da temperatura corporal e afetando funções vitais. "Os principais impactos são: dificuldade na termorregulação, aumento da temperatura corporal, sobrecarga dos órgãos, desequilíbrio eletrolítico e redução do desempenho. Isso ocorre devido à diminuição da produção de suor, maior viscosidade do sangue, sobrecarga nos rins e perda de sais minerais, resultando em cãibras e fadiga", afirma.
Calor excessivo e complicações em longo prazo
Exposições frequentes ao calor excessivo, de acordo com a fisioterapeuta Gabriela Silvano, podem levar a diversas complicações de longo prazo, afetando tanto a saúde física quanto mental.
"Entre os principais problemas estão: doenças cardiovasculares, dano renal, problemas respiratórios, exaustão térmica e insolação, distúrbios neurológicos, diminuição da fertilidade, problemas de saúde mental e envelhecimento precoceda pele", diz ela. "O calor também agrava condições como asma e pode causar estresse, ansiedade e danos à memória", completa.
Prevenindo o estresse térmico em ondas de calor
De acordo com Gabriela Silvano, a prevenção do estresse térmico durante ondas de calor envolve várias estratégias. Entre elas estão: manter-se hidratado (bebendo muita água), usar roupas leves e claras, evitar o calor excessivo buscando sombra ou ambientes climatizados, evitar atividades físicas intensas durante o pico de calor, refrescar o corpo com compressas ou banhos mornos e optar por refeições leves.
"Em dias de calor extremo, a prevenção é a chave para garantir a saúde e o bem-estar. Adotando as medidas preventivas adequadas podemos enfrentar o calor com mais segurança e conforto. O importante é sempre escutar o corpo e agir rapidamente caso sinais de estresse térmico comecem a aparecer", recomenda Gabriela.