Atos de solidariedade são atitudes que podem trazer benefícios tanto para quem é ajudado como para quem pratica a ação. "O colocar-se no lugar do outro, ter o altruísmo de ser solidário, é uma via de mão dupla, onde tanto ganha aquele que recebe quanto aquele que faz o bem", afirma o psicólogo Michael Zanchet, da equipe técnica do Kurotel.
"Hormônios como ocitocina e serotonina são liberados a partir do afeto, do carinho, do sorriso e da gratidão e melhoram o nosso humor, diminuem índices de ansiedade, geram paz e tranquilidade, diminuem níveis de estresse, reforçam nossa confiança, dão sensação de ser produtivo e útil e, consequentemente, autoestima, ou seja, maior bem-estar", explica Michael.
E o que é solidariedade? Segundo o psicológico, é reconhecer o que o outro precisa e oferecer isso pra ele. "Pode ser um sorriso, um abraço, um afago, uma escuta, um donativo, o seu tempo". Ao lado da solidariedade, vem a empatia. "Ser empático é se colocar no lugar do outro; reconhecer as necessidades e problemáticas dessa pessoa; saber reconhecer a expressão emocional e física", diz Michael Zanchet.
A solidariedade e a empatia podem ter um grande impacto na vida das pessoas ajudadas, especialmente em momentos de crise. "O ser compreendido pelo outro, saber que alguém se importa com você a ponto de auxiliar, gera um sentimento de pertencimento, de ser importante para alguém, além de construir laços de amizade, fraternidade, tendo troca e construção, afeição interpessoal", explica o psicólogo. "Em pessoas que estão vivenciando uma crise ou fazendo um tratamento médico é de fundamental importância o sentir-se acolhido, ouvido, abraçado, aumentando adesão ao tratamento e bem-estar", completa.
"Gentileza gera gentileza"
Você já ouviu aquela frase "gentileza gera gentileza"? Pois ela, segundo Michael, não poderia estar mais correta. "Quem planta tranquilidade, paz, amizade, fraternidade, empatia, colhe os mesmo da mesma maneira de quem sente. Reconhecer e agradecer o que temos, dar valor e valorizar os pequenos gestos da vida nos faz ter maior bem-estar. A gentileza libera ocitocina, o hormônio do amor. Quem é gentil, abre portas, melhora o fluxo da comunicação, gerencia melhor conflitos, tem maior habilidade social, mais produtividade, confiança e autoestima", diz ele.
Por onde começar?
Primeiro é preciso definir suas habilidades e respeitar seus limites. "Disponha tempo e defina o que você quer ajudar, tenha auto feedback e perceba se realmente gosta daquilo e como você se sente ajudando", afirma Michael. "Qualquer ajuda é bem-vinda, desde que você tenha disponibilidade interna para fazer e se sinta bem com isso. Após, é desfrutar as consequências de fazer o bem", completa ele.
Confira abaixo alguns benefícios para a saúde de quem pratica solidariedade:
- Maior empatia;
- Bem-estar e gratidão pela vida;
- Melhora do humor;
- Liberação de hormônios relacionados ao humor: ocitocina, serotonina, endorfinas;
- Diminuição do estresse e da ansiedade;
- Senso de produtividade;
- Autoconfiança;
- Autoestima.
A empatia, que anda de mãos dadas com a solidariedade, nos permite entender e atender às necessidades dos outros, fomentando relações mais saudáveis e produtivas. Portanto, ao praticarmos a solidariedade e a gentileza, estamos não apenas ajudando os outros, mas também melhorando nossa própria qualidade de vida.
Michael Zanchet - Psicólogo formado pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra/Canoas), em 2004, e pós-graduado em Psicoterapia Dinâmica na Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA) em 2006. - CRP: 07/13384